bb chorona!
Estou sentada, dessa vez em um ambiente não muito agradável
na verdade já amei esse lugar.
Por que as coisas são assim?
Amamos as coisas com tanta intensidade, mas quando acaba
fica um buraco.
Já perdi a conta de quantos buracos tenho no peito, de quantos
adeuses já tive que dar ou ouvir, de quantas pessoas partiram, de quantas casas
já morei, tinha sempre que me apegar a novas coisas.
Quando mais nova, mudei tanto de casa com meus pais e de
escola também, lembro-me de sempre querer decorar meu quarto e nunca conseguir
não dava tempo.
Às vezes eu sentia umas saudades absurdas como, por exemplo,
do teto de um dos meus quartos ou até das cores das paredes.
Era uma sensação de nunca se aconchegar sabe?
Quando se deita em um abraço onde se encaixa você não quer
mais sair dali, você sente cada parte do corpo da outra pessoa, sente o coração
bater, ora acelerado ora devagar, sente o ar quente da respiração, sente os
braços te segurando firme, sente uma segurança.
Isso sempre me faltou, ora como posso descrever tão bem se
sempre me faltou? Nem eu sei na verdade.
Foram tantas escolas novas, rostos novos, e sempre a mesma
coisa, se apresentar, odiava isso.
Normalmente as pessoas me perguntavam o porquê de eu me
mudar, eu odiava responder então mentia, e a mentira começou a fazer parte da
minha rotina, criei uma personagem, criei a pessoa que queria parecer ser.
Tenham medo de mim, eu sou mortal!
Fechei-me para tanta coisa, deixei de fazer tanta coisa, na
verdade era tudo medo, sempre foi medo, não tenham medo de mim, já que eu tenho
de vocês. Sou apenas uma Cry Baby, tenho isso tatuada na minha pele para não
esquecer.
“They call you cry baby, cry baby,but you don't fucking care’’.
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